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Esse levantamento tem por objetivo transformar em dados o desenvolvimento da cultura que ocorre no país e documentar essa evolução, criando um histórico do lúpulo brasileiro e assim auxiliar no desenvolvimento da cadeia produtiva. O levantamento foi realizado no mês de março de 2021 e contou com a resposta de 107 participantes. Desses os quais, 89 era produtores de lúpulo.

Dentre os 83% de produtores de lúpulo, 68 eram associados à Aprolúpulo e 21 não.

Dentre todos os produtores que participaram do levantamento, a cultura do lúpulo já está presente em pelo menos 11 Estados (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins) e DF. A cultura vem se popularizando rapidamente pelo país e cada vez mais além de inciativas individuais, mas agrupamentos de produtores em regiões, buscando a cooperação e fortalecendo a cultura, cultivo e os próprios produtores.

O lúpulo é um cultivo novo no país e o gráfico a seguir ilustra bem isso, menos de 10% das áreas são anteriores à 2016. E cerca de 60% tem no máximo 3 anos, ou seja, ainda não tem em sua maturidade seja qualitativa ou produtivo.

Devida a metodologia utilizada, a estimativa de área plantada no país apresentou grande variação. A área mínima seria de aproximadamente 18 hectares e a área máxima de 58 hectares. Pelas estimativas, acredita-se que a área de cultivo no Brasil em 2021 foi de 35 a 40 hectares, sendo 81% da área total de associados da Aprolúpulo e 19% que ainda não estão na associação.

Entre todos os produtores que participaram, 80% planejam aumentar suas áreas de cultivo, sendo 30% ainda em 2021, 29% em 2022 e 21% de 2023 em diante, apenas 20% não tem planos de expansão no momento. As áreas de expansão estão estimadas entre 32 e 95 hectares aproximadamente, ficando na média esperada de 63 novos hectares nos próximos 2 anos, fazendo com que o Brasil atinja sua primeira centena de hectares de lúpulo e impulsione o mercado, com maior oferta, possibilitando vendas cada vez maiores, amadurecimento de todo o sistema produtivo e afirmação da cultura no país. Atualmente estão legalizadas 48 cultivares no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), fato que possibilita os produtores uma vasta possibilidade, mas também o desafio de qual escolher para seu cultivo. Atualmente apenas 2 das 48 cultivares não são plantadas no país .

As 10 mais plantadas em ordem decrescente são: Cascade, Comet, Chinook, Columbus, Nugget, Saaz, Hallertauer Mitterlfrueh, Hallertauer 6 3 11 19 26 21 13 Início no Cultivo 2015 ou antes 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Magnum, Centennial e Zeus. Essas 10 somadas representam 68,9% da cultivares plantadas nas áreas, com destaque para Cascade (13,6%) e Comet (10,2%), as únicas que passam dos 10%. Importante lembrar que esses números não representam a quantidade de plantas em si, mas a presença da cultiva na área de cultivo.

Entrando na comercialização, entre todos os produtores, atualmente 24% comercializam o seu lúpulo. Dentre os associados da Aprolúpulo, 28% comercializam e não associados, apenas 10%.

Um dos fatores que necessitam de maior evolução no cultivo do lúpulo, com certeza é a mecanização da cadeia. Na fase da colheita, a peladora proporciona a possibilidade de áreas cada vez maiores, o que com apenas mão de obra, torna-se inviável. Após a colheita, temos a operação de secagem, etapa 7 49 12 40 Produtores total (%) Peladora Secador Peletizadora Embaladora 9 53 16 46 Associado (%) Peladora Secador Peletizadora Embaladora 0 38 0 24 Não Associado (%) Peladora Secador Peletizadora Embaladora essa fundamental para a qualidade final do lúpulo, atualmente poucas áreas possuem secadoras industriais, sendo a maioria artesanais, mas que quando bem realizada, entrega lúpulos com ótimo teor de umidade, mantendo a qualidade devido à secagem em baixas temperaturas. A peletização é um dos principais avanços na cultura, hoje contanto com modelos nacionais e que proporcionaram aos produtores entregar pellets de ótima qualidade para os cervejeiros. Nas informações obtidas é possível perceber que a embaladora por ser relativamente fácil de encontrar e o secador, essencial, porém o fato de ser possível a montagem de estruturas caseiras, são aqueles que a maior porcentagem de produtores possui. Já a peletizado e peladora que são equipamentos industriais e possuem maior valor, ainda uma pequena quantidade de produtores adquiriram, fato curioso é que nenhum não associado da Aprolúpulo possui ambas.

Foram elencados os maiores problemas aos produtores em todas as fases da cadeia, com o objetivo de entender as necessidades e assim elaborar ações que possam sanar e amenizar essas dificuldades. Dentre as dificuldades, todas foram citadas, destaque para Controle Fitossanitário e Colheita (13%), Peletização (12%), Colheita e Financiamento (10%) fecham o top 5 de maiores dificuldades da cadeia.

Uma das formas de minimizar os problemas desde o início do planejamento é contar com o auxílio de especialistas no cultivo. Nesse gráfico foi analisado a utilização de assistência técnica pelos produtores.

Considerações

O cultivo de lúpulo vem crescendo no Brasil, atingindo todas as regiões e já está presente em muitos Estados da nação. A quantidade de produtores vem aumentando e assim a tecnificação vem evoluindo para proporcionar cultivos cada vez maiores e mais rentáveis.

Áreas com cultivos atingindo seu ápice produtivo e consolidando a cultura como produtiva e com muita qualidade são trunfos que só o passar do tempo nos dará, mas é inegável que o lúpulo brasileiro já é realidade.

Esse levantamento tem o objetivo de anualmente fornecer informações estatísticas da cultura, criando um histórico e assim ajudar a todos os setores do cultivo com dados e informações.

Fica o agradecimento a todos que participaram e que todos tenham boas safras em 2022